domingo, 21 de agosto de 2011

Indignação

Procurei, procurei e procurei na net um site que fale abertamente aos pais separados sobre leis, orientações legais e comportamentais. Achei sites fracos, mal acabados, sem atrativos...... Pensei em fundar um.....
Estou num momento - um ano e meio após a separação - em que as coisas começam a se posicionar cada vez mais complicadas. Nada tem a ver com a decisão, nem mesmo com o fato de criar uma criança sozinha. Isso não é novidade pra mim e sou sempre de pegar o boi pelos chifres. Mas, as decepções da negociação da pensão alimentícia da criança foram fortes e me levaram a ceder e não lutar por cada centavo. Explico. É deprimente para uma mãe ver que o ex está descontando sua raiva pela separação nos gastos que ele terá com o filho. É de chorar assistir a negociação com a advogada e perceber que para ele, centavos fazem a diferença, e na conta da criança, centavos a menos. Foi muito  para mim. Não suportei, achei humilhação demais e disse que o que a consciência dele achasse que valia, seria a decisão. Não sei se estou sendo clara, mas nesse momento de anota daqui, soma dali, conta centavinhos da gasolina, advogada explica que ele tem de dividir isso e aquilo é DEPRIMENTE é brochante, é para perder qualquer admiração. è de pensar que a parte legal sobrepõe qq amor, qq necessidade do filho, qualquer ...qualquer...qualquer coisa.
Muito bem, a mãe super-poderosa aqui caiu os olhos (diga-se de passagem não são pequenos), caiu a expressão, mas manteve firme a condição de total responsável por garantir a sobrevivência do filho.
Só, que passados um ano e meio, vê-se que a vida tem de tomar rumos, temos de investir em nós e desta forma, estamos investindo no futuro dos filhos. Mas, do outro lado não temos sequer a ajuda presencial do pai, que dirá a contribuição digna mensalmente. Muito tempo eu contei sobre essa pensão que foi baseada na renda dele (vale aqui um adendo: ele ganha por fora da carteira assinada, portanto, não saberei nunca) e acho que no fundo queria mesmo que as pessoas sentissem pena de mim e da minha filha. Foi uma fase como tantas que passamos e ainda passarei. Mas, hoje, seguindo rumos mais claros, vejo que reclamar com quem não é de direito não adianta. A escola vai vencer no mesmo dia, o balé, as compras de sacolão e supermercado não podem ser adiadas. Eu, reclusa em minha casa para economizar e dar conta do recado.
Mais deprimente ainda é ter a certeza de que quando o assunto for abordado com o ex, ele vai jogar na minha cara que quem desejou a separação fui eu......uma coisa nada tem a ver com a outra.....mas a vingança ainda sangra nos olhos dele. Nos meus, as lágrimas de preocupação em pensar que no próximo ano a criança precisa mudar de escola, precisa de uma van para buscar e levar e mais, de uma ajudante que esteja em casa para recebê-la. Pq eu, eu estarei lutando pela sobrevivência, minha e dela.
Angustiante o futuro, desanimador a atuação do pai no presente.
Desculpem mas está difícil suportar o descrédito, a ausência emocional e o abandono financeiro. Pq o pai de classe média, que pensa que R$300,00 pagam a metade da sobrevivência de um filho não tem outro nome senão omisso.
Pronto, desabafei.
Agora, sei que terei de me humilhar por ela, para que eu possa dar melhores dias e mais conteúdo para ela. Não estou nem aí para a humilhação, mas para a decepção que tenho certeza que virá. Essa decepção é forte demais para alguém que coniveu 14 anos com a mesma pessoa. Pq? Muitos porquês!

Deus que me olhe!

Um comentário:

  1. Sei que é difícil, mas meu conselho, de quem nunca se separou e nem tem filho é: twente mudar de humilhção para luta. Luta pelos direitos da sua filha!
    Marina

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